LINK:
Franceses dançam no acampamento farroupilha
Postado por Juremir em
17 de setembro de 2014 -
Fomos, ontem, terça-feira, pelas onze horas da noite, dançar no acampamento farroupilha.
Cláudia e eu levamos o italiano Fabio La Rocca e os franceses Michel Maffesoli, Philippe Joron e Dominique Wolton para bailar.
Fomos acompanhados pela gaúcha Denise.
A turma arrastou pé no fandango.
Joron mostrou que sabe seguir o ritmo de uma sanfona.
Estivemos em, pelo menos, três piquetes.
Quando Maffesoli quis ir no banheiro químico de um galpão, o responsável disse:
– Tem banheiro público lá adiante. Aqui, não pode.
– Mas ele é francês – eu falei.
– Ah, se é francês, pode.
Deixou entrar e pediu para tirar foto com todo mundo.
Fomos muito bem recebidos pela gauchada.
Maffesoli queria ficar mais tempo.
Tirou Cláudia para dançar e não queria parar.
Michel revelou grandes qualidades no arrasta pé.
Ficou deslumbrado com o acampamento.
Viu a comprovação das suas ideias sobre o prazer da vibração em comum, da comunhão de espíritos e de corpos, da alegria do estar-junto, da relação fraternal que emociona.
Considerou o acampamento farroupilha como uma expressão da pós-modernidade: a sintonia entre o contemporâneo – a tecnologia – e o arcaico (o sentimento, o primordial).
Curtiu.
Prometeu voltar.
Vibrou.
Até eu caí no baile.
Quando, porém, por falta de pares femininos, de brincadeira, Philippe e Fabio ensaiaram alguns passos de dança juntos, o patrão do piquete se adiantou e, de cara feia, avisou:
– Homem com homem, aqui, não.
Cruzou os braços e esperou que a ordem “natural” fosse restabelecida.
O pessoal tratou de obedecer.
Noutro baile, o patrão pediu que ninguém dançasse de faca na cintura.
Os estrangeiros acharam a ideia bastante razoável.
Eu diria, civilizada.
O acampamento farroupilha foi a grande atração da noite.
Eta gauchada macanuda.